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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Só desabafando

Estou decepcionada comigo. Estou largada, vivo cansada de tudo e não faço nada, resumindo: cansada de não fazer nada. Me pego reclamando de tudo e sofrendo pra fazer as mínimas coisas do dia a dia. Até tomar banho, pentear o cabelo e escolher uma roupa virou uma tarefa difícil e insuportável pra mim. Vou vivendo por viver, levando a vida por levar, o que vier tá bom, é lucro, e assim vou seguindo, cuidando do Nando e fazendo o melhor que posso pra ele e por ele, mas fazendo nada por mim e pelos outros.
Sabe, acho que não tenho depressão, porque não tenho vontade de morrer, quero viver, mas não consigo viver de verdade, simplismente vou vivendo. O ano todo foi assim, os dias vão passando e eu me acomodo cada vez mais e mais e mais...
Estou há tanto tempo nessa zona de conforto, sem trabalhar, sem me preocupar comigo, sem me importar com a casa e com o resto, que não consigo sair dessa. Não consigo agir como uma pessoa adulta que tem obrigações e deveres, que sabe disso, que se esforça pra não decepcionar ninguém, que dá o melhor de si.

Nem todo mundo dá sempre o melhor de si, mas isso deve ser exceção e não regra. Há tant tempo estou assim, há pelo menos dois anos penso que é uma fase e que vai passar, mas que raio de fase é essa que nunca passa? E pior: vivo cansada e tenho fases de disposição. Vivo reclamando e tenho fases de gratidão. Vivo acomodada e tenho ímpetos de mudar. Mudo, por um, dois, três dias, e depois volta tudo como era antes. Era pra ser o contrário! Com todo mundo é o contrário!
Não vou dizer aqui que vou mudar, fazer promessas, isso e aquilo, porque eu sei que não vou cumprir, porque eu não cumpro com nada que eu falo ou que eu me proponho a fazer.
Quero ser forte. Mas pra mudar o que está ao meu alcance nem é preciso ser forte, é preciso ser forte quando não podemos mudar uma situação.
Não sei mais o que fazer pra mudar o meu jeito cansado de ser.

"Não quero acreditar que vou gastar desse modo a vida
Olhar pro Sol só ver janela e cortina..."

5 comentários:

  1. Oi, Lih, querida

    Acho muito normal o que vc escreveu aqui... Todos temos nossos altos e baixos, e é comum esse sentimento de tristeza, revolta e decepção conosco mesmo...

    Eu mesma passo por isso direto. Eu queria ser diferente do que sou, há coisas em mim que eu gostaria de mudar, que eu digo que "preciso" mudar, mas como vc relatou, funciona só por um pequeno período de tempo, depois parece que tudo retorna ao que era antes. Eu já contei que sou super bagunceira, desastrada, esquecida, minha vida é caótica... E vejo a vida indo, e indo, e já faltam só 45 dias pro natal (de novo?) e o que eu fiz esse ano? Trabalhei no mesmo lugar, vi as mesmas pessoas, fiz as mesmas coisas... Mas pensando bem, fiz sim coisas legais: viajei, fui em casamentos, comi pizza e fui no cinema várias vezes... isso torna a vida diferente, certo?

    Amiga, não se cobre demais. Por mais que a gente queira ter uma rotina, a vida não tem script, sempre acontecem coisas diferentes... e é pra ser assim mesmo, já pensou ser feliz 24h 7 dias por semana? Ia ser horrível, um marasmo só, sempre o mesmo sorriso, sem qualquer emoção...

    Fique bem, amiga... tenho certeza que amanhã estarás beem melhor!!!

    1000 beijos

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  2. Lih, acho que vc devia sim se cuidar, pois como vc mesmo disse, essa sua situação não é normal. A depressão não traz necessariamente a vontade de morrer, mas a falta de ânimo pra viver já é um sintoma (não tô dizendo que vc tem, mas sim que vc tem que tomar cuidado pois pode vir a ter sem notar).
    Eu meio que me identifico com essa sua falta de vontade pra viver além do básico. Sou assim também. Fujo de tudo o que exige esforço e dedicação, sem querer. E só tô conseguindo me transformar aos pouquinhos com ajuda da terapia.
    Espero que vc se encontre logo. e se quiser alguém pra conversar é só me escrever.
    bjs

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  3. Lih,

    Juro que levei um susto lendo esse texto por que parecia escrito por mim. Ele traduz exatamente como eu estava me sentindo até pouco tempo (e um pouco ainda hoje).

    Cansada, sempre cansada. Minha expressão é sempre de cansaço, eu me arrasto pelos lugares, pelos dias, as semanas vão passando...
    Sempre achei que eu não tinha depressão (e continuo achando) por que assim como você eu também não tenho vontade alguma de morrer. Muito pelo contrário, eu quero viver, viver com intensidade, com vivacidade e não dessa forma apagada com que vinha vivendo.

    Eu andava muito frustrada porque minha aparência está completamente atirada e esquecida. Além disso, eu não dei um rumo na minha vida. Não terminei a faculdade (e nem vou), não trabalho e também não consigo dar conta da casa. Ou seja, não faço nada direito.
    Via todo mundo seguindo a vida, realizando coisas e eu lá, atirada.

    Porém, de umas semanas pra cá isso começou a mudar.
    Primeiro fui a um médico, já que todo mundo me dizia que podia ser anemia ou o hipotireoidismo.
    Não tinha anemia nem hipotireoidismo, mas minha ferritina estava baixa e vou começar a usar ferro.
    Só isso já me fez entender que talvez esse desânimo todo fosse realmente um problema de saúde.

    Tendo essa parte resolvida, resolvi mudar minha alimentação e investir em coisas que me deixariam bem de saúde, fortalecessem, emagrecessem, fossem nutritivos, com bastante ferro e tudo mais. Pois eu estava me alimentando muito mal e má alimentação com certeza traz queda na energia além de ajudar na tristeza.
    A mudança foi incrível!

    Comecei a fazer uma faxina. Não só por fora, mas por dentro. Comecei a rever princípios, ideias.
    Percebi que eu não era menos do que ninguém só por que não trabalhava ou não tinha me formado. Que ser mãe é o que eu sempre quis ser e quer profissão mais linda e cheia de amor do que essa?
    Definitivamente percebi que trabalhar fora e ficar longe da minha família não me servia, portanto, não havia porque me diminuir perante as mulheres que tinham belas carreiras e tudo mais. Eu também estou construíndo minha bela carreira de dona de casa e mãe (só que essa é subjulgada pelas outras pessoas, mas não por mim).

    Percebi também que não me arrumava mais como antes por que mudei. Muitas das coisas que eu achava o máximo antes, hoje são fúteis e superficiais pra mim.
    Comecei a ver a beleza sem artificios que existe em mim e aos poucos, estou voltando a fazer aquilo que ainda tolero, que acho que combina com a nova Débora.

    Eu não sei se esse também é o seu caso, mas, eu finalmente entendi que, muito do que eu sentia não era bem culpa minha, mas sim, desse mundo doido que nos impõe tanta coisa.
    Temos que ser lindas, sexy, bem sucedidas nas carreiras, super mães, super donas de casa, super tudo. E aí, ficamos frustradas, cansadas, cheias de culpa.

    Quem é que pode com isso tudo? Não se engane, amiga, essas que aparentam estar com tuuuudo em cima também tem suas fraquezas, incertezas, medos e frustrações. Todo mundo tem!
    Só o que muda é o jeito de lidar com tudo isso. Eu e você ficamos cansadas, apagadinhas, tristes. Algumas outras pessoas vão à luta.

    Eu fiquei esperando por anos. Há anos que me sinto exatamente como você descreveu.
    E também passava pelas fases de melhora e voltava ao normal logo depois.
    Mas, agora, resolvi lutar pelo "bem viver". Quero ser feliz mesmo, quero me sentir bem e tô buscando, tô indo atrás.
    E eu desejo que logo logo tudo isso que você está sentindo vá embora!

    Se quiser conversar, se precisar de alguma coisa, me manda um email com teu msn que eu te adiciono (deborarcbeyer@gmail.com).

    Beijão

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  4. Lih, eu estava assim a mais ou menos um mês, fui ao atendimento fraterno da FEP e hj estou em tratamento, me sinto bem melhor. Será que n seria o seu caso?
    Bjs.

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  5. Ah! esse cansaço não é à toa não! Ser mãe é a tarefa mais dificil do mundo, certamente!

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