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segunda-feira, 17 de março de 2014

Pós parto - No hospital

O pós parto no hospital foi o pior possível. Passei dois dias de muito estresse por lá.
Não foi ruim pela minha cirurgia, não mesmo. Mesmo com dificuldade, eu conseguia levantar, fazer as coisas, enfim, aquela história que vocês já sabem: mil vezes a dor de uma pós cesárea do que as contrações do parto normal.
Passei dois dias infernais por N motivos.

O hospital era muito barulhento, não tinha sossego, era um falatório danado. Fiquei num quarto com mais três puérperas e um banheiro onde a limpeza era feita uma vez por dia, imagina? O estado do cesto de lixo, do vaso sanitário, o mau cheiro... A água saía do chuveiro fervendo, dava até medo de cair a pressão, muito quente mesmo.

As intervenções foram váááárias. Nem eu nem a Luíza tinhamos sossego. Durante a madrugada não era tanto, mas durante o dia, de 20 em 20 minutos entrava alguém. Uma enfermeira, um médico, um estagiário..
Pra pesar: tira toda a roupa da criança que tinha acabado de dormir após duas horas no peito. Após a pesagem, mais duas horas no peito sem leite, até dormir de cansaso.
Exame de glicemia: tira o mijão e acorda a criança que tinha acabado de dormir e segura a perna pra furar o pézinho. A criança berra e volta pro peito que não tem leite.
Banho: Acorda e tira toda a roupa da criança que é hora do banho.
Exame da orelhinha, exame do pézinho, exame do olhinho.
Tiiiiiiiiira rápido toda a roupa da criança que o pediatra tá vindo aí!!
Não passa pomada, não passa talco!
E vem estagiário medir a pressão, escutar os batimentos, perguntar se está tudo bem.
E vem o médico ver o corte da cesárea e dá uns apertões na barriga super dolorida pra ver se está com gases.
Acorda que é hora do rémédio. O almoço, o café, a janta.
As enfermeiras ensinando amamentar também vinham umas cinco vezes ao dia (isso merece um capítulo a parte)
E até vacina contra Rubéola, Catapora e Sarampo eu tomei.

Foram dois dias de muito estresse, pouco respeito.
Lá, eu não tinha, e nenhuma mãe tem, autoridade pra nada. Chupeta? NÃO! Talco? NÃO! Leite artificial? NÃO! Pomada? NÃO! Bepantol no mamilo? NÃO!
Era tudo assim, com esse NÃO bem grosso e enfático. E eu não pedia opinião não, mas sempre que elas viam me davam lição de moral.

Considero que fui totalmente desrespeitada, em nenhum momento respeitaram a minha vontade e o meu jeito de cuidar da minha filha. Impuseram ordem a todo instante, todo momento, com muita grosseria e falta de educação, não respeitando as mães e muito menos os bebês.

Eu tive a Luíza na mesma maternidade do Fernando, mas o tratamento foi outro. Do Fernando já foi ruim, esse foi pior. Entendo que existem regras a serem seguidas, alguns exames e protocolos, pra quem teve bebê em hospital, são inevitáveis, mas a falta de respeito foi demais, ultrapassou os limites. Eu não era livre lá, era um pau mandado. Passei dois dias que pareceram uma semana, e no dia da alta, eu estava sentindo amortecido perto do cóccix, mas fui louca mesmo e não disse nada, disse que estava ótima, pra vir embora. Eu não contrariava as enfermeiras, pelo menos tentei não fazer isso na frente delas, pra não me segurarem lá. A vontade que eu tinha era mandar pra puta que pariu e enfiar a mão na cara de uma, mas eu me controlava pra poder ter alta.

Quando chegou a hora da minha saída, não saí correndo como da outra vez, nem de pijama. Troquei de roupa, penteei o cabelo, passei maquiagem! Arrumei a Luíza e saí feliz da vida, rindo e muito tranquila. Uma calma que jamais esperei ter dois dias após o nascimento. Realmente, uma gravidez é diferente da outra, mas dessa vez consegui controlar o meu psicológico, pois várias vezes me via caindo, sucumbindo e não sei da onde tirava forças pra levantar e seguir em frente.

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