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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Senta que eu tô inspirada

Pois é..hoje quatro de julho o Corinthians foi campeão...grande coisa, não torço pra time nenhum mesmo.
Agora que já é cinco de julho, minha sogra passou aqui em casa com o cachorrinho dela Zafir morto nos braços, ele morreu assim, em meio aos rojões, sem mais nem menos. Pense numa pessoa nervosa..é a minha sogra, que tem síndrome do pânico e tratava o cachorrinho schnauzer como filho. Meu marido foi com ela até sua casa para enterrá-lo, e eu fiquei aqui, lendo coisas sobre corinthians no facebook. Nandinho já dorme há uma hora, ele dormiu tarde hoje, por conta dos rojões. Falei para o meu marido trazer a mãe dele pra dormir aqui, pois está muito muito nervosa, espero que daqui a pouco eles cheguem.

Tô afim de conversar então guenta aê!

Amanhã vou fazer teste pra conseguir o emprego de Caixa.
Entramos o mês de Junho com uma reviravolta. Meu marido praticamente tomou um golpe de gente inescrupulosa, sem nenhum caráter. Nos vimos sem dinheiro, sem emprego, sem esperança, desiludidos com os seres humanos, perdemos a fé nas pessoas, a dignidade e tudo o que havia na geladeira. Não podíamos gastar sequer dois reais por dia. Comprar pão e só. Meu pai como sempre me socorreu, nos socorreu, não nos desamparou nem por um segundo. Pagou as contas que pôde e as que não pôde, comprou coisas pra casa e tudo pro Nandinho. Me sinto muito mal com isso, gostaria de nunca mais precisar do dinheiro dele, gostaria de ajudá-lo muito, isso sim. Mas por enquanto não posso e não tive escolha a não ser aceitar a ajuda. Mas que fique bem claro que tudo o que eu puder fazer pra saldar as minhas dívidas com ele e com a minha mãe eu farei. Jamais vou abandoná-los.

Com toda essa loucura eu precisei parar de estudar. Ainda não tranquei a matrícula, pensei em passar pra noite, mas que jeito? Vou sair de casa, deixar o Nando dormindo e só voltar as 22:30 e colocá-lo pra dormir? Impossível. E ainda tem a casa, que horas eu faria os serviços de casa? Realmente não dá. Ninguém se conforma de eu parar de estudar, todos dizem que é pra eu arrumar um estágio na área de alimentos, mas estágio pagam pouco, muito pouco, e o que eu preciso nesse momento é de dinheiro. É triste sim abandonar o curso, porque daqui um ano eu teria uma formação técnica e poderia ganhar mais do que eu vou ganhar sendo operadora de caixa de uma loja de bolsas e sapatos...mas acho que não tenho escolha mesmo.
Vejo todo mundo se formando, fazendo pós graduação, mestrado e doutorado..e eu aqui, só terminei o ensino médio e nem terminei o ensino técnico. Ano que vem já faço 27...vou terminar uma graduação com trinta e poucos...velha para o mercado de trabalho. Fiquei entre a cruz e a espada, mas pensem comigo, o que é certo fazer nesse momento: Ficar com o curso ganhando pouco num estágio pra garantir mais dinheiro daqui um ano, ou trabalhar já, abandonar o curso, conseguir dinheiro imediatamente e pensar na minha formação profissional quando essa maré de mudanças passar? Eu optei por pensar na minha renda ao invés do meu profissional. Posso estar errada, muito errada, pouco errada...só o tempo dirá.
Ano que vem Nandinho já estará na escola, marido estará trabalhando e eu também, tudo estará estabilizado e poderei pensar nisso com mais calma.

E o Nandinho no meio dessa confusão toda? Nem sentiu. Continua rindo, brincando, tomando o leite Ninho 1+, usando a fralda Pampers, assistindo Lazy Town, se achando o Esportacus e assim por diante.

Uma coisa é certa, sei que estou passando por tudo isso por ter 'adiantado' a hora de ser mãe,mas não me arrependo disso nem por um minuto, pois se eu batalho na vida é pelo meu filho. Nenhuma profissão bem sucedida compensa a alegria de ser mãe.

PS: Será que alguém ainda lê esse blog?

3 comentários:

  1. Oie
    Eu ainda continuo te lendo, alias leio desde o outro blog. Desde o começinho...
    Vou te falar uma coisa, eu ainda não sou mãe, quero muito ser. Eu vejo todo mundo meus amigos, meus irmãos fazendo faculdade, mestrado e etc!
    Tenho 27 anos casei há 5 anos, eu não tinha como bancar uma faculdade na época, nem meus pais, casei fui correr atrás da minha casa pq pagávamos aluguel, construímos gastamos muito dinheiro e nesse tempo eu fiz o técnico contábil pela ETEC, eu já tinha o técnico secretariado, o que me ajudou muito na busca por emprego.
    Hoje a casa tá pronta, o carro comprado, a emprego é bom. E agora? Fazer uma graduação ou ter o bebe? Prefiro o bebe, primeiro pq eu não quero engravidar muito tarde, e segundo porque hoje eu tenho um bom emprego, estável com um bom salário sem precisar de uma graduação. Claro que um dia eu pretendo fazer, será bom para minha carreira, mas no momento o coração pede outra coisa: uma família completa!
    Fiz as coisas meio bagunçadas, sabe porém fiz de coração se eu esperasse ter casa, faculdade e um bom emprego, não tinha nem casado ainda. Sou muito feliz ao lado no meu marido, junto lutamos, passamos por dificuldades, e superamos muitas coisas!
    Assim não desista do seu técnico, tranque e volte quando puder, ele vai te ajudar muito, a graduação pode esperar um pouco, não se sinta mal, pq você não se enquadra na “realidade” que o mundo criou, a cobrança que temos, as pessoas acham que temos que ter carreira, bens, dinheiro e status para sermos felizes e não é bem assim, não é pq você não segue a “regra” criada hoje, que não é feliz, que não vai ter futuro! A vida é diferente para cada um, só não pode desistir e desanimar.

    Bjs

    Gisele SP

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  2. Gisele, eu ia dizer exatamente a mesma coisa.

    Acho que não temos que sentir culpa por essa cobrança que o mundo de hoje coloca sobre nós.
    Todo mundo tem que ter isso, todo mundo tem que ter aquilo.
    Sabe, de verdade? Isso me enoja!

    Eu não tenho curso superior por opção. Era bolsista, passei por cinco cursos (psicopedagogia, psicologia, história, hotelaria e economia) e sinceramente? O mundo acadêmico não é pra mim, pelo menos por enquanto.
    Foram anos até perceber isso.
    O que eu queria mesmo era casar e ser dona de casa. Totalmente na contra mão do que a sociedade quer.

    Foi difícil admitir. Sou ainda a decepção de boa parte da família, mas não lamento. Eu lamento é por eles que deixam de apreciar o carinho e a dedicação que tenho com minha família.

    Meu marido também largou a graduação. Trabalha no comércio, é super esforçado, ganhou promoção e hoje, tem um salário que muito graduado não recebe (não é grande coisa, mas já vi gente formada pedindo o mesmo emprego que eu tinha num shopping, ganhando um salário mínimo, então...).

    E isso porque a situação dele era a mesma sua. Trabalhar o dia inteiro e ainda estudar a noite e com isso, deixar de viver. Deixar de ver a esposa e o filho. Pra que mesmo? Pra ter uma graduação porque todos dizem que tem que ter, pra ter aquele bom emprego que todos dizem que temos que ter, pra ter mais dinheiro pra comprar coisas desnecessárias (porque com um emprego com salário digno é possível sobreviver) e por aí vai.

    Botamos na balança e vimos o que realmente era importante pra gente, o que realmente vale a pena.
    Não é fácil romper com o paradigma, mas é preciso.

    As pessoas criaram um ideal de vida e é como se as pessoas que não querem ou não se enquadram naquilo, fossem infelizes. E o pior é que muitas vezes acreditamos nisso e nos sentimos culpados, e isso nem tem cabimento.

    Não acho que você tenha colocado "a carroça na frente dos bois" não. Você fez aquilo que sentiu ser o certo naquele momento e muito provavelmente era.
    Ainda tem tempo se você realmente quer alcançar coisas materiais, com certeza! Nunca é tarde.

    Como disse a Gisele, a vida é diferente pra cada um.

    Te desejo muita muita sorte no novo emprego! Tô torcendo!
    E ainda leio, viu? Sempre!

    Beijos!

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  3. Oi Débora, obrigada amiga. O comentário seu e da Gi me ajudaram muito. Realmente, cada momento uma necessidade, a minha necessidade hoje é trabalhar, ganhar dinheiro e curtir meu filho. Chego em casa morrendo de saudade dele e curto o máximo que posso, não vou me privar disso pra ir pra faculdade e perder eses anos tão preciosos. Depois eu vejo isso. Débora, eu admiro muito a dedicação que vc tem com a sua família e a sua felicidade em viver assim, é lindo de ver.

    Beijocas, Lih :)

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