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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Crise existencial

Tô angustiada. Não sei quando foi que eu me perdi, perdi minha essência, minha felicidade nas coisas simples da vida.
Tomo atualmente a dose máxima de Fluoxetina, 80 mg todo santo dia, e vez ou outra o Rivotril, e mesmo assim continuo perdida, já descobri que não é o remédio que vai me tirar do fundo do poço.
Não sei mais o que eu acho bonito, o que eu acho feio, o que eu quero, o que eu não quero. A única coisa que ainda sei é o que acho certo e o que acho errado.
Tudo parece tão longe do meu alcance, comprar uma pulseira, fazer uma viagem ou arrumar a casa, tudo tem o mesmo peso: distantes de mim.
Faço tudo com sofrimento, é verdade, nunca estou disposta. Sofro pra tomar banho, sofro pra escovar o dente, sofro pra almoçar e jantar, sofro pra acordar. Só não sofro pra dormir e deitar, gostaria de ficar o dia todo deitada, não tenho energia! Me falta muita energia.
Saíram os resultados de uns exames que eu fiz e juro que achei que fosse dar alguma alteração hormonal, porque não é possível tanto desânimo, mas deu tudo certinho. O único que deu um pouco baixo segundo o médico é o HDL (colesterol bom) mas ele disse que é por falta de atividade física. Li isso mesmo na net, que aumentando o colesterol bom só com mudanças no hábito de vida: mudar alimentação, fazer exercício, não fumar, não consumir bebida alcoólica, etc. Ok, mas o que esse HDL baixo pode me acarretar? Queria ir numa nutricionista (eu que sempre falei mal das nutricionistas me redimo aqui, sim, é uma profissão muito digna e de respeito!) pra ela me passar um cardápio das coisas que dão energia e riscar do cardápio os alimentos que tiram energia.
Ao mesmo tempo que penso tudo estar ao meu alcance, como acordar mais cedo, ter rotina, encarar os problemas, não fugir, ser forte...logo me vem uma sensação de incapacidade, fico proletando tudo o que eu posso, e se começo sonhar acordada me animo por alguns minutos, mas logo passa. Não tenho continuidade nas coisas, também não tenho mais vontade de fazer nada.
O médico perguntou se eu penso em morrer, eu disse NÃO! Deus me livre! Não tenho a mínima vontade de morrer, mas de viver, viver intensamente, descentemente. Penso: será que uma desgraça terá que me acontecer pra eu valorizar a vida? Tomara que não, porque eu não reclamo 'de barriga cheia', pelo contrário, sei que tenho talvez mais do que merecia e dou sim muito valor a tudo isso. Nas minhas orações, peço perdão a Deus por parecer ingrata, pois não sou, agradeço tudo o que tenho, mas queria saber aproveitar tudo o que tenho: saúde, casa, família, inteligência (+ou-, ok!) mas perdi tudo isso!
Antes, bem antes, eu cuidava muito do meu cabelo, das minhas unhas, da pele, gostava de filmes, cinema, maquiagem, de me arrumar pra sair. Tudo bem hoje sou mãe de dois, não posso ser como antes, mas também não queria ter perdido o ânimo de fazer tudo isso! Pelo menos pentear o cabelo, como diz meu pai. Eu mesmo corto meu cabelo, coloco tudo pra trás, faço um rabo e já era.
Queria voltar assistir filmes nacionais, sempre gostei. Queria ir ao parque à noite, cozinhar, fazer um bolo, enfeitar a casa, receber visitas, ter amigos. Mas perdi, perdi a vontade de tudo isso. Minha vida se resume em cuidar dos filhos, ficar em casa e arrumar o que tem de mais urgente, urgente mesmo. Cozinhar o mínimo possível.
Lembro quando o Fernando tinha 2 pra 3 aninhos, eu ficava em casa com ele e me divertia, era divertido. A gente comprava sorvete e ele se lambuzava todo, assistiamos O Rei do Gado e ele dançava na abertuda, ficava trocando os brinquedos de lugar...enfim, eu não era estressada, nem deprimida, ainda tinha esperança de que as coisas iam melhorar, de que fases ruins logo passam, dormia e acordava FELIZ, mas hoje com muita dor na consciência eu digo, eu ACHO que não sou feliz, porque não é possível. Uma pessoa feliz dá risada, canta, se diverte, ok, não o tempo todo, mas a maior parte do tempo. Viver cansada de tudo é ser feliz? Não sei, não tenho coragem de dizer que sou infeliz com esses dois filhos maravilhosos que eu tenho, seria muita ingratidão da minha parte.
Nível de estresse: altíssimo!
Me machucando fisicamente: arrancando bifes e mais bifes das mãos e dos pés, apertando cravos e espinhas que não existem mas passam a existir e ficam doloridos.
Me machucando psicologicamente: me cobrando o tempo todo, que devia fazer isso, que tinha que fazer aquilo, e no final não faço bosta nenhuma, e acabo deitada querendo silêncio e só silêncio.
Claro que como toda mãe a minha consciência pesa porque acho que não faço o melhor pelos meus filhos, e isso agrava a situação. Não vejo luz no fim do túnel, não sei como melhorar essa situação. Fazer exercício? Mudar alimentação? Ter rotina? Posso tentar. Será que posso? Que consigo? Sei não...tem que ter força de vontade, e eu não tenho força, nem de vontade.
Minha esperança é melhorar quando voltar às aulas, minhas e do Nandinho. A Fisioterapia eu amo, isso eu sei, não vejo a hora de aprender neuroanatomia que será nesse semestre! Quem sabe isso me dá um ânimo, porque essas férias foram as mais longas da vida, praticamente três longos meses!

Pronto, já desabafei com a minha mãe, pra não alugar mais a coitada desabafei aqui também, já me arrependi porque cansaram de me falar pra não mostrar a fraqueza, talvez eu apague esse post, talvez não.
Pra você que teve paciência de ler até aqui, alma caridosa, deixe um conselho pra essa pessoa irritante que vos escreve, Ficarei grata!

Beijos, inté mais.

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